Proteção animal e um alerta para a fadiga por compaixão
- Carol Passos
- 23 de fev. de 2016
- 2 min de leitura

Ser voluntário é uma tarefa gratificante. Saber que se está ajudando, recebendo em troca a certeza do bem-estar de um gatinho abandonado, tirando ele de situações de risco, é uma grande recompensa. Mesmo assim, a dedicação à proteção animal - ou qualquer outra tarefa de cuidado - pode desencadear alguns problemas e é importante estar atento aos sintomas.
A sensação de que é impossível ajudar a todos é o principal catalizador da Fadiga por Compaixão. Realizar resgates complicados, tratar com situações como mortes e doenças, é cansativo e estressante e demanda bastante preparação psicológica do protetor.
Segundo o psicólogo Bruno Lenzi, do Instituto Movimento, a fadiga por compaixão é um momento nocivo da saúde de um protetor. É quando ele deixa de se cuidar em prol da causa e acaba em sofrimento físico e mental.
O psicólogo orienta quem atua nesta área a buscar apoio e que se permita a ter momentos de fragilidade. A proteção exige que sejamos fortes, por isso, é importante trocar de lugar e deixar que alguém cuide da gente com frequência.
"Ao abraçar uma causa maior que um ser humano possa abraçar ou sem prazo para que esse cuidado termine - como a entrega do gato para adoção - pode-se sacrificar a saúde", explica o psicólogo.
Por este motivo, é importante estar alerta a qualquer sintoma que mostre o desgaste físico e mental. Doenças causadas por imunidade baixa, vontade de isolamento, manias que não se possa controlar e depressão são sinais de que é preciso descansar.
Uma forma de evitar estes problemas, segundo Bruno, é sempre ter um momento de autocuidado e manter relacionamentos engrandecedores, com pessoas que apoiem e cuidem do protetor.
"Autocuidado não é egoísmo. Toda vida deve ser apreciada com amor para que esta missão, no caso da proteção animal, seja cumprida", explica o psicólogo.